Bases nutricionais na neonatologia e pediatria e a importância dos cuidados do nutricionista

A terapia nutricional na neonatologia e pediatria traz abordagens importantes para garantir o desenvolvimento e crescimento saudável das crianças, adolescentes e bebês, principalmente os prematuros.

De cada 10 crianças nascidas vivas no mundo em 2020, uma nasceu com idade gestacional abaixo da ideal (idade prematura). Conhecer as bases nutricionais da neonatologia e pediatria e aplicá-las no contexto clínico é primordial para evitar a desnutrição materno-infantil, garantir um sistema imune fortalecido e evitar doenças associadas ao peso ou a falta de vitaminas e minerais.

O nutricionista é o profissional que pode acompanhar de perto a evolução do peso na criança prematura através da prescrição de fórmulas, suplementos e abordagens específicas para esses pacientes, que são um dos grupos mais vulneráveis.

O que é neonatologia?

A neonatologia é uma área da medicina que dedica-se aos cuidados e à saúde dos recém-nascidos, incluindo aqueles que nascem com baixo peso (prematuros) ou que apresentam alguma condição complexa durante ou após o nascimento.

Os neonatologistas são médicos especializados em atender bebês que precisam de cuidados especiais, como malformação congênita, problemas respiratórios, infecções ou deficiências nutricionais.

Os primeiros 28 dias de vida são os mais críticos para bebês prematuros, então o papel do neonatologista é fundamental para garantir a saúde e ajustar o desenvolvimento para níveis adequados em relação a idade gestacional e peso.

Bases nutricionais da neonatologia

As principais bases nutricionais da neonatologia são a amamentação, nutrição enteral e parenteral, suporte calórico e proteico, micronutrientes essenciais, hidratação e a suplementação.

1. Amamentação

O leite materno deve ser o único alimento que o bebê deve usar exclusivamente até os 6 primeiros meses de vida (padrão-ouro). No entanto, em situações específicas como a prematuridade ou baixa produção de leite pela mãe, deixa de ser a única via de alimentação.

2. Nutrição enteral e parenteral

As vias de nutrição enteral (sondas) ou parenteral (administração de nutrientes via venosa) são utilizadas quando o bebê tem baixa adesão ao aleitamento materno ou apresenta uma condição de saúde que exige cuidados nutricionais intensos, devendo receber complementos calóricos, protéicos e de micronutrientes, garantindo seu crescimento. 

3. Aporte calórico e proteico

Os recém-nascidos prematuros têm uma alta demanda energética, afinal é comum que nessas condições o corpo precise de muitas calorias para continuar seu desenvolvimento e crescimento, que foi interrompido com o parto antes da hora. As fórmulas infantis são uma das melhores alternativas para garantir um ganho de peso adequado.

4. Hidratação

O leite materno por si só contém água e eletrólitos suficientes para atender as demandas de hidratação de um bebê saudável, mas isso não acontece com bebês prematuros ou que nascem com alto risco.

Dessa forma, pode ser necessário a administração intravenosa de soro fisiológico (fórmulas com glicose, cálcio e potássio) para evitar que a desidratação torne-se uma situação crítica.

5. Suplementação vitamínica e mineral

Existem vitaminas e minerais cujo manejo é obrigatório em todos os bebês (a fim de evitar deficiências nutricionais severas com o passar dos dias). Entre elas destacam-se a vitamina K, vitamina D (obrigatório para todos), Ferro, Cálcio e Zinco (dependem da idade gestacional e de como o corpo está se desenvolvendo após o nascimento).

O que é pediatria?

Enquanto a neonatologia dedica-se aos cuidados do recém-nascido até os 2 primeiros anos de idade, a pediatria é área que cuida do desenvolvimento das crianças na primeira infância, pré-adolescência, adolescência até a fase adulta. 

Os profissionais pediatras identificam problemas de saúde que podem atrapalhar o desenvolvimento ósseo, muscular, cerebral e cognitivo e tratá-los ou corrigi-los adequadamente.

Bases nutricionais da pediatria

As bases nutricionais da pediatria são a introdução alimentar, atenção aos macronutrientes, prevenção de deficiências nutricionais e orientações para bons hábitos alimentares.

Introdução alimentar

É um processo que começa a partir dos 6 primeiros meses de vida e tem como objetivo adaptar o sistema digestivo da criança para o processamento e absorção dos nutrientes oferecidos pelos alimentos. Começa lenta e gradual e vai aumentando conforme a tolerância e desenvolvimento.

Atenção aos macronutrientes

Garante que os macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras) sejam ofertados na quantidade certa, evitando excessos ou escassez. O excesso desses nutrientes pode favorecer o aparecimento de obesidade, diabetes tipo 2 e alterações renais, enquanto a deficiência pode resultar em desnutrição, edemas ou baixa absorção de vitaminas e minerais.

Prevenção de deficiências nutricionais

É feita através da realização de exames periódicos que verificam a dosagem das principais vitaminas e minerais. Se constatada a deficiência de alguns deles, a suplementação em cápsulas ou até mesmo injeções é realizada, evitando doenças como anemia, bócio, escorbuto, hipotireoidismo e raquitismo, por exemplo.

Orientações para bons hábitos alimentares

São as orientações para um crescimento adequado da criança e adolescente e evita atrasos ou a aceleração dos processos naturais como a pré-adolescência, estirão ou amadurecimento precoce dos hormônios sexuais.

Importância dos cuidados do nutricionista na neonatologia e pediatria

A terapia nutricional em neonatologia e pediatria capacita e faz do nutricionista um profissional importante na contribuição para bons desfechos clínicos de pacientes prematuros ou com risco de desenvolver problemas nutricionais durante o crescimento.

Seja prescrevendo alimentos saudáveis simples ou fórmulas infantis personalizadas para cada caso, o profissional contribui para a redução de muitos problemas comuns nos adultos atuais, muitas vezes negligenciados ou ignorados durante a infância.

Na neonatologia, o nutricionista monitora o crescimento dos prematuros e indica situações críticas à equipe multidisciplinar, além de garantir um suporte nutricional completo neste período.

Na pediatria, ele impede o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis como hipertensão e dislipidemias, além de contribuir para a identificação de possíveis alergias, intolerâncias alimentares e doenças metabólicas.

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