Sintomas silenciosos da Doença Renal Crônica (DRC): como identificá-los antes que avancem

Conhecer os sintomas silenciosos da doença renal crônica é fundamental para impedir o avanço da doença e reduzir a necessidade de medicamentos contínuos, sessões de diálise, hemodiálise e até o transplante de rins.

A doença renal crônica atinge mais de 10 milhões de brasileiros e é definida como a perda progressiva das funções renais, o que prejudica a filtração sanguínea e promove o acúmulo de substâncias tóxicas no corpo.

Embora seja uma doença sem cura, a doença renal crônica não começa de uma hora para outra. Na maioria das vezes, ela é silenciosa e não dá sinais aparentes. Isso prejudica diagnósticos corretos, principalmente quando o paciente já possui outras comorbidades.

6 sintomas silenciosos da doença renal crônica

1. Fadiga e falta de energia 

Um dos primeiros sinais da doença renal crônica é a sensação de cansaço e fadiga que não passam, mesmo após uma noite bem dormida. Isso acontece devido ao acúmulo de toxinas, que prejudica a produção da eritropoietina, hormônio que produz os glóbulos vermelhos.

Com a produção dos glóbulos vermelhos comprometida, um quadro de anemia se desenvolve, com redução na oxigenação dos tecidos que resulta em cansaço e fraqueza constante.

2. Urina espumosa ou avermelhada (com ou sem sangue)

As características da urina dizem muito sobre o funcionamento dos rins. O início da insuficiência renal coincide com mudanças na cor e na consistência. A proteinúria (perda de proteínas na urina) vem acompanhada de espumas e uma cor avermelhada.

Além disso, é comum que a produção de urina diminua, causada pela retenção de líquidos. Preste atenção na cor da urina, o ideal é que ela vá clareando com o passar do dia, na medida que a hidratação é normalizada.

3. Inchaço nas pernas, rosto e no pé

Também conhecido como edema, os inchaços são um sintoma clássico de DRC, mas muitas vezes ignorados. O corpo não consegue eliminar o excesso de sódio e água e começa a reter fluidos nessas regiões.

Em casos mais avançados, o acúmulo pode chegar aos pulmões, causando falta de ar.

4. Perda de apetite e náusea sem motivo aparente

A perda de apetite e as náuseas na DRC são frequentemente causadas pelo acúmulo de uremia (compostos tóxicos). Os rins não conseguem mais remover substâncias como a ureia e creatinina, que começam a se acumular no corpo.

A longo prazo, isso interfere no apetite e pode causar náusea, vômitos e tontura. Ao se alimentar menos, o paciente perde peso e pode ter o estado nutricional e metabólico seriamente afetado.

5. Pele seca e coceira persistente

Outro sintoma associado a outras doenças, mas que pode estar associado a doença renal crônica é a saúde da pele. A retenção de fósforo leva a quadros de coceira intensa e compromete a hidratação. A doença renal crônica prejudica a regulação mineral, causando desidratação profunda, que deixa a pele seca e irritada.

6. Dificuldades de concentração

O acúmulo de toxinas no sangue também afeta o funcionamento do sistema nervoso central e pode trazer confusão mental, perda da memória, queda na cognição e dificuldades para se concentrar.

Embora seja um sintoma mais avançado da doença, as dificuldades para se concentrar começam aos poucos e muitas vezes são confundidas com excesso de trabalho ou falta de descanso.

Como identificar a DRC de forma precoce no paciente?

A doença renal crônica pode ser identificada precocemente avaliando os sinais e queixas do paciente, além do exame físico e acompanhamento dos exames laboratoriais de rotina. Pacientes com hipertensão e diabetes exigem maior atenção, pois essas doenças aumentam a chance de progressão.

Exame físico 

O exame físico identifica edemas, alterações na pele e no corpo que podem ser indicativos da doença renal crônica. Boca seca, alergias, unhas fracas e opacas, marcas roxas, queda de cabelo e inchaço são os sinais físicos mais comuns.

Exames laboratoriais

São a melhor forma de saber como anda o funcionamento dos rins. O nutricionista pode prescrever exames de taxa de filtração glomerular e creatinina sérica ou encaminhar o paciente para o nefrologista.

Exames de urina

Albuminúria e proteinúria são os principais exames de urina que auxiliam na identificação da doença renal crônica, pois revelam que os rins já possuem algum tipo de dano.

Dosagem de vitaminas e minerais

Como a doença renal crônica interfere no metabolismo dos micronutrientes é importante pedir exames de dosagem de minerais como potássio, sódio e cálcio, além da dosagem de vitaminas, como complexo B e vitamina D. A deficiência de algum desses marcadores ajuda a identificar casos de insuficiência ainda em estágio inicial.

Acompanhamento dos sinais e sintomas 

Aferir a pressão com frequência, monitorar a glicemia e cuidar do peso do paciente evita os agravos da DRC, além de reduzir a chance de progressão da doença. Prescrever uma dieta hipossódica ou hipoproteica são condutas válidas para pacientes com predisposição para o problema.

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