A nutrição funcional na obesidade tem como objetivo promover o uso de alimentos saudáveis e que potencialmente previnem o ganho de peso e asseguram a absorção correta dos macronutrientes, vitaminas e minerais.
O comportamento alimentar é decisivo sobre o aparecimento de problemas associados ao ganho de peso, alergias e intolerâncias. Alimentos ricos em gorduras saturadas, aditivos e conservantes são os principais causadores dessas condições na maioria das vezes.
Por outro lado, existem alimentos que além de manter o peso saudável estimulam o sistema imunológico do corpo a neutralizar proteínas e agentes alérgicos ou até mesmo produzir proteínas e enzimas capazes de evitá-los.
O ganho de peso, as alergias e intolerâncias também podem ser provocados por alterações metabólicas e imunológicas sem associação com a alimentação, mas isso só acontece em uma parcela pequena da população.
Dessa forma, entender como o comportamento alimentar reduz os riscos da obesidade, intolerâncias e alergias alimentares é primordial para frear o aumento desenfreado dessas condições nas próximas décadas.
Relação entre comportamento alimentar e obesidade
O comportamento alimentar tem causas biológicas, psicológicas, sociais e ambientais. Nesse sentido, é natural que os acontecimentos do dia a dia influenciem na escolha dos alimentos.
Pacientes que sofrem de estresse, ansiedade, descontrole emocional e pressões psico químicas tendem a desenvolver um comportamento alimentar associado a compulsão. É como se o corpo falasse a toda hora que você precisa comer para ficar tudo bem.
Entretanto, o consumo de alguns alimentos faz com que a dependência por comida torne-se cada vez mais nítida e tem uma explicação: a inflamação crônica que eles causam.
Essa inflamação acontece devido ao seu alto valor calórico e a baixa qualidade nutricional, que se acumulam no corpo e provocam o ganho de gordura, juntamente com outros hábitos como o sedentarismo e a preferência por alimentos fritos ou imersos em gorduras.
Para que a obesidade se manifeste é preciso manter hábitos diários e o consumo frequente desses alimentos. Portanto, o comportamento alimentar tem uma importância significativa na prevalência do sobrepeso e obesidade.
Relação entre comportamento alimentar e intolerâncias e alergias
Alimentos ricos em gorduras, aditivos e conservantes destroem a permeabilidade intestinal e reduzem a capacidade do corpo reconhecer e frear a passagem de toxinas e agentes alérgicos para a corrente sanguínea.
Além disso, privações e restrições alimentares contribuem para o aparecimento tardio dessas manifestações. Por exemplo, é comum que pessoas que não consomem leite por acreditarem que ele é inflamatório desenvolver quadros de intolerância à lactose devido a um grande período sem contato com o carboidrato do leite.
Glúten e lactose são as alergias e intolerâncias mais comuns, embora existam várias outras. O comportamento alimentar muitas vezes é o responsável por evitar ou facilitar o desenvolvimento de alergias e intolerâncias.
Uma alimentação natural completa com alimentos de todos os grupos é a base para reduzir ou diminuir o risco de alergias. Entretanto, excesso de açúcar, gorduras e produtos ultraprocessados causam o contrário.
Estima-se que somente 2 a 5% da população mundial nasce predisposta a desenvolver ou nascer com as alergias e intolerâncias mais comuns, a maioria as desenvolve no decorrer da vida e em grande parte, devido aos hábitos alimentares e relação com os alimentos.
Estratégias eficazes para reduzir o risco de obesidade através do comportamento
Mindful eating
O mindful eating é uma técnica que tem como foco a alimentação consciente, evitando distrações e atentando-se à identificação da fome física e fome psicológica. O indivíduo aprende a comer na quantidade certa e aprende com o tempo a evitar e impedir episódios de compulsão.
Rotina alimentar
Grande parte dos casos de obesidade surgem por que as pessoas não têm horário nem uma quantidade para a alimentação definidos o que pode prejudicar a sensação da percepção de saciedade. A rotina alimentar consiste em estabelecer o número de refeições diárias e adequar o corpo aos horários mais indicados.
Dieta personalizada
A dieta personalizada calcula exatamente a quantidade de energia e nutrientes que uma pessoa deve consumir diariamente, evitando erros e a desproporção alimentar entre o gasto energético e a ingestão calórica.
Manejo adequado do sono e estresse
É uma intervenção nutricional que promove a higiene do sono (mudança de hábitos) e gerencia o estresse (através de atividades que aumentam hormônios do prazer e reduzem os níveis de cortisol- yoga, acupuntura, meditação, pilates, contato com a natureza, animais domésticos e etc…)
Ambiente alimentar saudável
Orienta o paciente a como proceder na hora de se alimentar (ambiente adequado para alimentação e retirada dos obstáculos que atrapalham a percepção da saciedade e reduzem as chances de comer mais rápido).
Atividade física regular
É a estratégia mais eficaz no combate ao ganho de peso, pois equilibra o gasto e consumo energético, aumenta a taxa metabólica basal de repouso e incentiva o fim do sedentarismo.
Estratégias nutricionais eficazes para reduzir o risco de alergias e intolerâncias alimentares
Modulação da microbiota intestinal
A modulação intestinal é uma abordagem que mantém ou equilibra a população de microrganismos saudáveis na microbiota intestinal, que conseguem reduzir o acúmulo de substâncias alergênicas e facilita o trabalho de identificação de proteínas específicas como o glúten e a lactose.
Introdução alimentar rigorosa
Baseia-se na introdução de algum alimento após um período de pausa no consumo, por qualquer fator envolvido, educando o organismo a reconhecer nutrientes potencialmente alergênicos e absorvê-los sem danos à mucosa intestinal. Também é feita na primeira infância, período que exige atenção no que diz respeito ao desenvolvimento das alergias alimentares.
Dieta anti-inflamatória
Alimentos e suplementos anti-inflamatórios são benéficos na redução das alergias porque reduzem o acúmulo de citocinas e marcadores inflamatórios, que podem fazer com que o sistema imune reconheça um nutriente específico como um agente invasor.
Dieta hipoalergênica
É mais indicada nos casos em que a pessoa tem intolerância ou alergia alimentar desde pequeno. Baseia-se na exclusão parcial ou total de alimentos que podem causar alergias e intolerâncias como leite de vaca, feijão, alimentos à base de trigo, soja ou frutos do mar.
Dieta para melhorar a permeabilidade intestinal
É uma dieta que equilibra a capacidade da barreira intestinal em reconhecer nutrientes, enzimas, proteínas e alérgenos dos alimentos, evitando que eles sejam reconhecidos como agentes patogênicos e prevenindo os sintomas típicos.
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