Os distúrbios metabólicos e endócrinos provocam alterações no funcionamento do corpo e podem levar a alterações no peso, prejudicando o estado nutricional. Mas, com o avanço da medicina, o tratamento para essas desordens já pode ser feito sem grandes mudanças no estilo de vida.
Estima-se que 60% dos brasileiros que têm distúrbios na tireóide não sabem que tem o problema. Além disso, o câncer de tireoide já é a quinta maior causa da doença no país.
Os tratamentos modernos para os problemas na tireoide são todas as soluções, tecnologias e abordagens que podem ser usadas para restaurar o funcionamento da glândula, responsável por produzir os principais hormônios do corpo.
Doenças comuns na tireoide e seus sintomas
Antes de conhecer os tratamentos mais recentes para os distúrbios tireoidianos é importante ficar por dentro das principais doenças que afetam o funcionamento da glândula:
1. Hipotireoidismo
O hipotireoidismo é uma doença caracterizada pela produção insuficiente dos hormônios T3 e T4, provocando sintomas como fadiga, ganho de peso, pele seca e intolerância ao frio.
2. Hipertireoidismo
É o contrário do hipotireoidismo. Ocorre quando a tireoide produz hormônios em excesso, acelerando o metabolismo. Seus principais sintomas são perda de peso, palpitações, nervosismo e intolerância ao calor.
3. Tireoidite de Hashimoto
Esta doença autoimune acontece quando o sistema imunológico ataca a tireoide, causando inflamação crônica e em seguida levando ao hipotireoidismo. Desenvolve-se lentamente e costuma ser assintomática no início.
4. Bócio
O bócio ocorre quando a glândula tireoide aumenta de tamanho. As causas para o crescimento anormal podem ser desde a deficiência de iodo até distúrbios autoimunes como o lúpus e a esclerose lateral amiotrófica. Seus principais sintomas são dificuldade para engolir e compressão na região da garganta.
5. Nódulos tireoidianos
São massas ou caroços sólidos e cheios de líquido na tireoide. A maioria é benigna, mas alguns podem evoluir para câncer se não tratados, exigindo uma investigação detalhada.
6. Câncer de tireoide
Trata-se do crescimento anormal de células malignas na tireoide. Quando diagnosticado precocemente, tem grandes chances de cura.
Novas terapias para tratar distúrbios tireoidianos
O tratamento para os distúrbios na tireoide combina as terapias tradicionais com os avanços tecnológicos e a personalização do paciente, gerando o menor risco possível de efeitos colaterais.
1. Diagnósticos de alta precisão
Os diagnósticos de alta precisão usam imagens e análises laboratoriais de última geração para detectar alterações na tireoide ainda em estágio inicial, o que permite intervenções rápidas e bem planejadas.
2. Terapia personalizada
Consiste em adequar os medicamentos para hipo e hipertireoidismo conforme a necessidade de cada paciente. Medicamentos padrões como a levotiroxina e o metimazol continuam sendo a primeira escolha, mas agora é possível ajustá-los junto com doses específicas de T3 e T4.
3. Radiodoterapia
A radioiodoterapia é muito usada em casos graves de hipertireoidismo ou nódulos mais nocivos. Com a ajuda de doses otimizadas de iodo radioativo as disfunções são tratadas de forma precisa, preservando ao máximo as funções básicas da glândula.
4. Cirurgias minimamente invasivas
As cirurgias minimamente invasivas usam técnicas que evitam cicatrizes em torno da garganta e pescoço. Podem ser realizadas com a ajuda de robôs, câmeras ou instrumentos endoscópicos. Alguns exemplos são a tireoidectomia transoral endoscópica (TOETVA) e a tireoidectomia assistida por vídeo (MIVAT).
5. Monitoramento contínuo
Este tratamento utiliza dispositivos wearables e aplicativos de controle que monitoram sintomas e ajudam o paciente a ter uma rotina mais saudável e sem transtornos. É usado como um complemento ao tratamento convencional e não substitui as condutas clássicas.
6. Tratamentos nutricionais
Os tratamentos nutricionais andam lado a lado com o tratamento médico e tem como objetivo garantir que a alimentação e os hábitos do paciente melhorem ainda mais os resultados.
7. Mudanças no estilo de vida
A prática regular de atividade física, sono adequado e o abandono de hábitos pouco saudáveis como o tabagismo são essenciais para melhorar a qualidade de vida e apoiar o tratamento médico nas doenças da tireoide.
8. Ajustes na dieta
Os ajustes na dieta contribuem para reduzir casos de inflamação e preservam ou estimulam a produção hormonal. As principais condutas incluem a redução no consumo de alimentos gitrogênicos (que podem interferir no funcionamento da tireóide), aumento da oferta de alimentos ricos em iodo, proteínas magras e vitaminas.
9. Controle do estresse
Existe uma relação entre o estresse e a piora nos sintomas das doenças da tireóide, especialmente as autoimunes. Controlar o estresse é uma das abordagens que têm funcionado bem na maioria dos casos. Chás calmantes como camomila, erva-cidreira, passiflora e hortelã são indicados, assim como atividades como yoga, meditação, pilates, massagem tântrica, heick e quiropraxia.
11. Suplementação com selênio e zinco
Selênio e zinco são dois dos mais importantes minerais para o funcionamento da tireóide. Muitas das causas dos distúrbios estão relacionadas indiretamente a deficiência desses nutrientes. Sendo assim, a suplementação com zinco e selênio é eficaz para proteger a glândula contra o estresse oxidativo, ajudar na conversão do hormônio T4 (inativo) em T3 (ativo) e até estimular a síntese de outros hormônios tireoidianos.
13. Alimentos funcionais
A dieta funcional usa componentes que melhoram as funções endócrinas e metabólicas. Inclui alimentos ricos em gordura insaturada como ômega-3, alimentos ricos em fibras e antioxidantes. A inclusão de alimentos funcionais ainda melhora a função imune e protege contra outros tipos de doenças como diabetes e dislipidemias.
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