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O que é e o que causa a restrição de crescimento fetal?

síndrome do crescimento fetal

A restrição de crescimento fetal, também conhecida como restrição de crescimento intrauterino (RCIU), é uma complicação da gestação onde o feto não alcança seu poder biológico de crescimento, passando a ter um crescimento abaixo do ideal.

Ocorre em 5 a 10% das gestações e é considerada atualmente uma das principais causas de morbimortalidade ao redor do mundo. Saiba mais sobre o assunto e descubra tudo sobre o diagnóstico, causas e tratamento do problema.

Definição

A RCF ou RCIU é uma condição em que o crescimento fetal não se desenvolve como deveria em relação à idade gestacional. O baixo crescimento pode ser atribuído a vários fatores, sendo o mais comum o fornecimento inadequado de oxigênio e nutrientes através da placenta, prejudicando diretamente o desenvolvimento do feto.

Principais causas

Além da insuficiência placentária, a restrição de crescimento fetal também pode ser causada por outros motivos:

  • Hipertensão
  • Pré-eclâmpsia
  • Diabetes gestacional
  • Doenças renais
  • Deslocamento prematuro da placenta
  • Infeçções intrauterinas
  • Anomalias congênitas
  • Influência genética
  • Tabagismo
  • Uso de drogas
  • Alcoolismo
  • Desnutrição
  • Obesidade 

Sinais e sintomas

Apesar da restrição de crescimento fetal não causar nenhum sintoma direto na mãe, alguns sinais podem manifestar a sua presença como:

  1. Medidas do feto pequenas: Podem ser vistas através do exame de ultrassom.
  2. Baixa movimentação fetal: Casos em que o feto se mexe pouco são indicativos de RCIU.
  3. Ganho de peso insuficiente: Toda mulher tem uma estimativa de ganho de peso na gestação.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da RCIU é feito a partir da análise do Protocolo Delphi, que define os parâmetros adequados para as medidas de peso fetal, circunferência abdominal e estudos Dopplervelocimétricos.

Os critérios são classificados em maiores e menores, sendo essenciais para reduzir o risco de complicações materno-fetais, bem como promover um acompanhamento profissional eficiente.

Critérios Maiores

Os critérios maiores, quando presentes, confirmam a restrição do crescimento fetal isoladamente. Podem ser constatados precocemente (antes da 32º semana de gestação) ou tardios (após a 32º semana).

Restrição fetal precoce

  • Peso Fetal < p3
  • Circunferência Abdominal < p3
  • Doppler da artéria umbilical com diástole zero

Restrição fetal tardia

  • Peso Fetal < p3
  • Circunferência Abdominal < p3

Critérios Menores

Os critérios menores são usados quando existe a constatação da presença de múltiplos fatores para a RCIU:

Restrição Fetal Precoce

É diagnosticada quando existe pelo menos um critério biométrico e um critério Dopplervelocimétrico.

Critérios biométricos

  • Peso fetal < p10 
  • Circunferência abdominal < p10

Critérios Dopplervelocimétricos

  • Aumento da resistência da artéria uterina (IP > p95)
  • Aumento na resistência da artéria umbilical (IP > p95).

Restrição Fetal Tardia

A restrição fetal tardia nos critérios menores é diagnosticada após a constatação da existência de dois ou mais critérios analíticos:

  • Peso fetal ou circunferência abdominal < p10
  • Relação Cérebro-Placentária (RCP) < p5 ou Doppler da Umbilical IP > p95
  • Queda de 2 quartis no peso fetal em medidas seriada

Tratamento da restrição de crescimento fetal

Quando diagnosticada, a restrição de crescimento fetal deve ser monitorada e acompanhada de perto, garantindo uma gestação tranquila para mãe e bebê. As principais medidas de controle incluem:

  1. Monitoramento fetal frequente: Feito a partir de exames como o ultrassom e Doppler.
  2. Controle da pressão arterial: Nos casos de pré-eclâmpsia e eclâmpsia é fundamental aferir e cuidar da pressão da gestante.
  3. Prescrição de medicamentos: São usados somente em casos de extrema necessidade, na intenção de melhorar o fluxo sanguíneo na placenta.
  4. Planejamento do parto: O profissional deve fazer um cronograma adequado e personalizado, observando as condições de cada gestante. A cesárea deve ser a preferência em situações de alto risco.
  5. Hábitos de vida saudáveis: Dieta equilibrada, aumento da hidratação, evitar fazer exercícios físicos intensos e dormir em quantidade suficiente são essenciais para evitar complicações da RCIU.

Tem como prevenir a restrição de crescimento fetal?

Apesar de não ter prevenção, a restrição do crescimento fetal tem menos chances de surgir conforme os cuidados de saúde da gestante. É fundamental evitar o consumo excessivo de sódio para manter a pressão normalizada, assim como o consumo de açúcares, evitando a diabetes gestacional.

Essas medidas podem ser praticadas ainda antes da gestação. Outras formas de evitar o surgimento do problema são:

  • Controle do estresse 
  • Cuidar do aspecto emocional
  • Fazer o pré-natal completo
  • Praticar atividades físicas leves como yoga, caminhada e meditação
  • Tomar a medicação médica corretamente

Estimativas e consequências

Segundo a Pfizer Brasil, 30% dos bebês estão suscetíveis a sofrer de restrição de crescimento fetal no país. Destes, de 10 a 15% irão apresentar déficit de crescimento nos primeiros anos de vida, precisando de receber terapia à base de hormônio de crescimento (GH).

As consequências da restrição de crescimento fetal não tratada corretamente podem gerar:

  • Complicações no parto
  • Baixo peso ao nascer
  • Problemas respiratórios
  • Apnéia Neonatal
  • Hipoglicemia
  • Atrasos no desenvolvimento cognitivo e comportamental da criança
  • Aumento nas chances de desenvolver hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares no decorrer da vida

Importância do Especialista em Obstetrícia de Alto Risco nos casos de restrição de crescimento intrauterino

A presença de um especialista em obstetrícia de alto risco é primordial no manejo de gestações complicadas por RCIU. Esses profissionais são os mais capacitados para saber como diagnosticar, monitorar e tratar casos de RCIU.

Na prática clínica, profissionais especialistas no assunto contribuem para reduzir as complicações materno-fetais e podem determinar o melhor momento para o parto, oferecendo maior segurança e precisão.

Com o monitoramento adequado e o auxílio de um especialista na área é possível reduzir a morbimortalidade associada a essa condição e garantir melhores desfechos para a mãe e o bebê.

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Referência:

Figueras F, Gratacos E. Uma abordagem integrada para restrição do crescimento fetal. Best Pract Res Clin Obstet Gynaecol. Janeiro de 2017;38:48-58. DOI: 10.1016/j.bpobgyn.2016.10.006. Epub 2016 20 de outubro. PMID: 27940123

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